Pai,
Falta-me um dedo
O dedo que aponta
sem medo
Regalo de incrédulo
sincrético
Dedo herege,
covarde,
Converge à bondade
no cerne.
Pai, por quê? Deixastes amputar
meu dedo
Indicador que só
aprazia fazer o bem, pai.
Apenas verdades e
melhoras ostentava
E quando o indicador
apontou à cara
A tara pela ganância
A ânsia da mais
valia
Valeu-se da
truculência e da intolerância
E me calou.
Arrancando, amputando, dilacerando
O querido indicador.