18 de julho de 2012

Senso de censura

Pai,
Falta-me um dedo
O dedo que aponta sem medo
Regalo de incrédulo sincrético
Dedo herege, covarde,
Converge à bondade no cerne.
Pai, por quê? Deixastes amputar meu dedo
Indicador que só aprazia fazer o bem, pai.
Apenas verdades e melhoras ostentava
E quando o indicador apontou à cara
A tara pela ganância
A ânsia da mais valia
Valeu-se da truculência e da intolerância
E me calou. 
Arrancando, amputando, dilacerando
O querido indicador.